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Em março de 2016, a Diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR) publicou um Manifesto à
Sociedade Brasileira onde expressava “profunda preocupação com o agravamento
da crise política em que foi jogada a nossa democracia e justamente por agentes da
lei que deveriam assegurar o respeito à legalidade e à ordem democrática em nosso
país”. Dizíamos então que “o arco de alianças das forças conservadoras no país”
via-se “fortalecido por setores funcionais do judiciário e da polícia federal que, de
forma intensa, agressiva e profissionalizada, municiavam campanha veiculada pela
mídia e pelas redes sociais”.

Desde março, esta situação infelizmente se agravou.

Na avaliação da Diretoria da ANPUR, o Brasil vive hoje um grave e acelerado
processo de corrosão da democracia. Um momento importante dessa marcha foi a
destituição da presidenta eleita em 2014, decisão tomada, na opinião de muitos
juristas, sem a comprovação de que tenha cometido crime de responsabilidade,
configurando assim um pesado golpe na ordem democrática estabelecida pela
Constituição promulgada em 1988. Entretanto, e lamentavelmente, este processo
corrosivo já alcança diferentes esferas da vida social, inclusive o mundo acadêmico.

O posicionamento que tornamos público em março deste ano parece-nos,
portanto, ainda mais atual.

Assim, juntando-se a outras forças democráticas, como já o fez em março de
2016, a diretoria da ANPUR “repudia toda e qualquer prática perpetrada contra o
estado de direito, reivindica uma efetiva e rigorosa apuração não seletiva de todas
as denúncias de corrupção, e defende, incondicionalmente, os princípios
democráticos e republicanos contemplados na constituição federal”.

Belo Horizonte, 20 de setembro de 2016.
A Diretoria da ANPUR

 

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