Há um razoável consenso sobre o poder de indução da avaliação. Como lembra Carlos Aurélio Pimenta de Faria, no artigo "A política da avaliação de políticas públicas" (Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2005), o estabelecimento de métricas ou critérios não é neutro e revela a natureza política da avaliação, destacando a importância de discutir as opções e vieses do processo, influenciado tanto pelas ações induzidas como pelas posições dos tomadores de decisão com objetivos claros ou implícitos.
Nos Seminários de Meio-Termo, que estão ocorrendo nos meses de outubro e novembro, discute-se os dados parciais do ciclo atual e a proposta preliminar da Ficha de Avaliação para o período 2025-2028. Uma tendência constante tem sido a ênfase na adoção de critérios mais qualitativos e orientados para o impacto dos programas na sociedade.
É de se notar, contudo, que a área PLURD atribuiu o peso máximo à produção intelectual do corpo docente na Ficha de Avaliação 2017-2020, com 50% baseados em critérios quantitativos de publicação de artigos, sem avaliar a pertinência qualitativa. Se os critérios quantitativos de produção continuarem operando como uma espécie de "cláusula de barreira" para a área, a abordagem qualitativa e de impacto para a sociedade pretendida pela comunidade científica e pela CAPES não se tornará efetiva.
Saudações Anpurianas,
José Ricardo Vargas de Faria - Diretor | Gestão 2023-2025 |